A justiça
política é subsidiada pela Constituição de 1988, consistindo na atividade
jurisdicional exercida pelo órgão políticos, função atípica concedida ao Poder
Legislativo, alheio ao Poder Judiciário, o qual tem por finalidade o
afastamento do agente público que comete crimes de responsabilidade no
exercício de suas funções.
Semelhante ao
Tribunal do Júri, em que os julgadores são pessoas do povo. No caso, os
julgadores passam a ser os representantes do povo e dos Estados, os quais,
nesse momento são empossados de tarefa de enorme importância, de visibilidade e
efeitos nacionais e internacionais.
Ser processado
e julgado através dessa modalidade é prerrogativa constitucional do Presidente
da República e de outras autoridade enumeradas taxativamente na
Constituição Federal (art. 52).
Há diversos
posicionamentos, que divergem entre si, acerca da segurança jurídica dessa
modalidade de julgamento, feita pelo Poder Legislativo atipicamente, pois a
função de julgamento é atribuída tipicamente ao Poder Judiciário.
A título de exemplo, dessa suposta
insegurança, temos a decisão impetuosa publicada
no dia 09 de maio de 2016, pelo Vice –Presidente da Câmara dos Deputados (ante
o afastamento do Presidente), que por motivos desconhecidos, porém presumidos,
tentou anular a decisão tomada anteriormente pela própria Câmara na dirigência
do presidente. Tendo em seguida, também sem quaisquer motivos evidentes, mas
novamente presumidos, anulado sua própria decisão de anulação.
Essa decisão
seria legítima?
Deixando de
lado as paixões que controlam o momento e as posições partidárias que
direcionam nosso posicionamento, seria possível anular sim, desde que com
fundamentos plausíveis, tais como violações legais no procedimento adotado
dentro da Câmara, mas não houve esse apontamento.
Assim surgem as
inseguranças no processo, na Justiça Política, e surgem por qual motivo? Porque
nos amparamos demasiadamente em no Poder Judiciário, esquecemo-nos da
importância e da realidade que enfrentamos com representantes políticos frágeis,
sem seriedade ou noção da importância dos cargos que ocupam, com raras
exceções.
A loteria dos
cargos eletivos se tornou normal, e em momentos como este, em que não
conseguimos recordar em quem votamos nas últimas eleições para Deputado Federal
ou Senador, nos tornamos corresponsáveis da atual conjuntura política.
Então a Justiça
política é insegura? é uma vergonha? Ela é o reflexo do que nós somos, pois o
poder emana do povo que elege seus representantes através do voto direto.